terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

TRATAR A DOENÇA OU O DOENTE

Tratar a Doença ou o Doente? 
Tire suas Dúvidas



"Não pergunte que doença a pessoa tem mas que pessoa a doença tem", esta frase primorosa de William Osler traduz exatamente a diferença de abordagem terapêutica entre a alopatia e a homeopatia.

A alopatia ou medicina tradicional ocidental tem seu foco na patologia, é calcada num paradigma mecanicista, seu objetivo é consertar o "defeito" que faz a máquina corporal funcionar mal. Não que esta abordagem não seja bem intencionada nem tenha seu mérito, mas é por demais reducionista.

O corpo não é só uma máquina. O ser humano não é só corpo físico. Saúde não é só ausência de doença. O ser humano não é matematicamente previsível. Cada pessoa é única, é individual. As doenças nunca são iguais porque os seres que as contém são diversos.

Há muitos problemas advindos deste paradigma materialista da medicina tradicional. Por exemplo: existem muitas manifestações físicas que não conseguem ser enquadradas em nenhuma patologia. Não obstante, as pessoas sofrem com os sintomas e peregrinam por uma infinidade de especialistas sem resposta para seus sofrimentos, simplesmente por que o que eles sentem não se encaixa nas classificações.

O mais cruel é que, como não se trata de "uma doença", os pacientes têm a terrível sensação de que a culpa é deles, pois o que sentem " psicológico", é "frescura". Olha que confusão!

Do ponto de vista homeopático, a doença traduz um desequilíbrio e este pode se manifestar das formas mais peculiares possíveis. Saúde, por outro lado, é a capacidade de recuperação do equilíbrio, é um processo dinâmico, nunca estático.

Tratar é uma arte muito mais requintada do que supõe nosso senso comum. A doença é apenas uma parte, como a ponta visível de um iceberg cuja base enorme mantém-se submersa e invisível.

Por isso, num tratamento, o indivíduo como um todo (corpo, mente e alma) não pode, em hipótese alguma, ser desconsiderado, porque, não importa quão grave seja a sua patologia, o ser humano que a contém é sempre maior, mais complexo e mais importante que ela.

Nós, médicos e pacientes, temos que ter coragem e habilidade para mergulhar no oceano misterioso e profundo da natureza humana atrás da estrutura basal deste iceberg, só assim teremos a possibilidade de eliminá-lo por completo, e então, verdadeiramente curar.